sexta-feira, 27 de abril de 2018

A percepção das crianças

Ainda hoje - por incrível que pareça - há quem diga que as crianças não tem muita noção do que se passa ao seu redor.
Eu tive um professor na faculdade, e olha que lá se vão quase 20 anos, que dizia pra gente em aula que as crianças eram o termômetro de um ambiente. pelo fato de que elas não conseguem disfarçar suas reações.
Pois bem, aqui em casa tenho me surpreendido consideravelmente com o modo que as crianças percebem ou até mesmo, reagem a certas situações.
A Helena, franca e direta como sempre, assim que enxerga algo que não lhe satisfaz larga o seu famoso "Não gostei!"
Ela é bem cara de pau e diz na frente das pessoas que não gosta delas. "Não goto dele!"
Simples.
Direto.
Constrangedor.
Esses dias fomos dar uma volta na UCS e em um determinado momento ela quis brincar com uma menininha que estava lá pelo parquinho. A menina, talvez por não conhecer a Helena, não se mostrou muito afeita a compartilhar aquele momento com a Leleca e simplesmente virou a cara. A Helena, não satisfeita em ter tomado um "carão", foi na frente da mãe da menina e disparou:
"Não goto dela. Tem que binca comigo. Que feio!"
Pausa para o momento avestruz (aquela hora que a gente quer enfiar a cabeça num buraco).
Sinceramente não me recordo de ter passado alguma situação como essa com o Vicente.
Ao contrário, ele é muito sociável e sensível.
Uma manhã dessas estávamos os três (Vicente, Helena e eu) saindo de casa em direção à escola em um dos dias que eles vão cedo pra aula. A Helena, como de costume fez seu show matinal e acordou metade do condomínio porque não queria colocar uma camiseta. Ela queria a da Minie! O Vicente, de boa, só ria.
Eis que chegando no carro, a Helena novamente fez um escândalo porque não queria entrar no carro (sabia que estávamos indo pra escola) e o Vicentão largou aquela que seria a frase mais impactante de todas:
"Ter duas crianças não é fácil né papai!"
Nesse momento, larguei a Helena na cadeirinha e comecei a procurar meus butiás que haviam caído do bolso.
Aquela frase foi uma voadora! Fiquei pensando de onde ele tinha tirado aquela conclusão e a primeira coisa que me veio à cabeça foi: "Estamos tocando demais nessa tecla."
Tentei remendar mas não foi fácil.
"Não meu filho, às vezes é assim como você está vendo mas na maior parte do tempo ter crianças é só alegria."
Sem deixar quicar ele arrematou: "Mas ter duas crianças é mais difícil que ter só uma!"
De fato, ter duas crianças dá bem mais trabalho do que ter uma só mas o principal benefício de ter duas crianças em casa é a companhia de um irmão, de uma pessoa que vai poder te acompanhar no decorrer da tua vida e que em grande parte das vezes, vai te conhecer melhor que você próprio.
Eu até tentei, pela segunda vez, arrumar a conversa dizendo que o bom de ter dois filhos é a alegria de ver os irmãos juntos e tal, mas aí veio o tiro de misericórdia.
"Tem adultos que não tem crianças né papai. Deve ser triste os adultos que não tem filhos, porque criança enche uma casa de alegria!"
Me digam agora, o que é que se diz numa hora dessas? Nada né! Ouve e absorve.
A sensibilidade do Vicente é surpreendente mesmo. Até pouco tempo atrás ele chorava com alguns desenhos na TV em que algum personagem acabava sendo vítima de alguma injustiça.
Hoje pela manhã estávamos saindo para a escola - bem mais calmos dessa vez - e ao entrarmos no elevador nos deparamos com um morador do prédio que estava de saída, assim como nós. Trocamos o bom dia tradicional e na hora de desembarcar do elevador o vizinho acabou saindo antes e nos deu outro bom dia e também, um bom trabalho.
Eis que o Vicente respondeu para ele e depois, me olhando nos olhos, falou: "Esse titio foi gentil com a gente!"
As crianças percebem tudo ao seu redor e só não se expressam mais para nos poupar.
Só pra contextualizar isso que eu estou dizendo, tem um perfil no instagram bem legal. O @acasadaarvore8 é um perfil gerenciado por uma mãe que imprime em suas postagens um pouco do sentimento e das impressões da sua filha frente à realidade chata dos adultos. Em textos curtos ela se manifesta como se fosse a filha escrevendo sobre determinados assuntos, como os dias que está doentinha (que para os adultos, muitas vezes a criança está "chatinha"), o dia da vacina, as brigas entre o pai e a mãe, etc...Vale a pena conferir e seguir.
Um abraço a todos!
Roges

quinta-feira, 29 de março de 2018

A mudança...

Olá pessoal!

Depois de um longo hiato, torno a escrever por aqui.
O que aconteceu nesse meio tempo  foi uma mudança. Como alguns devem saber, mudamos de casa...e de cidade!
Tenho observado o comportamento das crianças com essa mudança de ares e sou obrigado a confessar que muito me preocupou o fato de elas romperem laços afetivos e simbólicos.
O que eu quero dizer com isso? Que a cidade, a vizinhança, a babá e a escola eram os motivos de preocupação que eu e a Mara considerávamos mais fortes.
Normalmente, mudar não é uma tarefa fácil. Com a ida para Caxias do Sul, tivemos que nos organizar para levar e trazer a criançada da escola, assim como todos os afazeres domésticos.
O lado bom é que eles estão - ainda - em processo de assimilação da nova rotina e das novas pessoas em suas vidas.
Semana retrasada Vicente teve uma virose e foi obrigado a ficar em casa por um dia. Na volta para a escola os colegas correram para abraçá-lo. Um deles, Marco Antônio se agarrou nas pernas do Vicente e disse: "Que bom que tu voltou Vicente!"
Nesse momento entrou um cisco no olho. Como é bom saber e ver que nossos filhos são queridos e lembrados por alguém que também goste deles. Começo a perceber que as crianças estão fazendo amizades, tanto na escola quanto no condomínio e isso é muito importante.
Com a Helena a coisa é séria...quem conhece a baixinha sabe que ela não é de se abrir logo de início. Foi assim durante um momento de adaptação na nova escola e hoje ela se sente bastante a vontade. Encontrou um bebê, que curiosamente tem o mesmo nome do mano, e desde então ela se auto-nomeou como "tutora" do bebê. Uma fofa!
O problema é acordar esse povo cedo!
Só para deixar claro aos vizinhos que não é necessário chamar o conselho tutelar...é apenas a Helena que não quer escovar os dentes!



segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

A Helena...

Hoje é dia 08/01 e com um pequeno atraso quero fazer uma homenagem para minha filha linda!
Helena fez 2 aninhos no dia 06/01 e hoje não consigo - e a Mara também não - pensar em viver sem ela. Sem aquele sorriso lindo e sapeca, sem a inteligência ímpar que ela tem, sem o gênio pra lá de difícil quando o sono bate...
A verdade é que a Mara e eu não planejávamos ter mais filhos. O Vicente estava crescendo e as coisas voltando para a rotina e quem é pai de primeira viagem há de concordar com o que estou falando.

Eis que uma bela manhã ensolarada, estava indo a Caxias do Sul e a Mara me liga:
- Onde tu tá?
- Tô indo a Caxias!
- Encosta então...
- Que que eu esqueci? Já sei...minha carteira! Sabia que tinha esquecido alguma coisa!
- Não, não foi tua carteira que você esqueceu.
- Ué, que foi então?
- Você esqueceu uma coisa, mas não foi tua carteira. Você esqueceu um pedacinho teu dentro de mim!

Resumidamente, assim inicia a história da Helena nas nossa vidas.
Se eu disser que não entrei em choque, estarei mentindo. Com a Mara foi a mesma coisa!
Um certo temor de "como será que vai ser daqui pra diante" tomou conta da gente e, naturalmente com calma, a pitoca foi tomando conta das nossas vidas e também da vida do mano Vicente.

Tivemos uma gravidez tranquila, embora com algumas surpresas, como o dia que a Mara tinha "certeza absoluta" que teríamos outro menino e a médica disse:
- Antônio??? Só se for Antônia mãe, porque é uma meninona!

Ou quando larguei meus alunos sem explicação no meio de uma aula em corri de Bento para Garibaldi, ultrapassando os carros pelo acostamento porque a Mara apresentou um pequeno sangramento e estávamos com medo de perder a pequena.

Enfim, hoje ela está aí...acordando brava e ranzinza porque precisa ir para a escola cedo, mas acima de tudo, está aí para alegrar nossas vidas de uma maneira nunca antes imaginada.
A ti, minha filha, toda felicidade do mundo. Que o grande Pai Oxalá ilumine seu caminho.
Um beijo grande e emocionado desse teu pai babão, da tua mãe que te carregou feliz da vida e do teu mano que te protege, mesmo que você bata nele!


quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Meninos X Meninas

Olá pessoal!
Espero que todos tenham tido ótimas festas e uma bela virada de ano.
Estamos iniciando os trabalhos de 2018 com plena força e vigor.
Hoje farei um comparativo simples, o qual até pouco tempo atrás eu refutava veementemente. É o tipo de matéria que as revistas especializadas adoram. Por "revistas especializadas" entende-se, aquelas publicações especialistas em fazer com que os pais se sintam as piores criaturas do mundo, pois nossos filhos nunca são bem educados o suficiente.
O fato de escrever sobre isso é que me senti obrigado em rever alguns posicionamentos sobre o assunto em questão, uma vez que vivencio, in loco, essas diferenças!
Bom, sem mais delongas, vamos ao que interessa:

Diferenças entre educar meninos e meninas

Brincadeiras

Meninos - às vezes rolam umas lutinhas com os pais;
Meninas - quando rola uma lutinha, elas "descem a mão" nos pais;

Cabelos

Meninos - despenteado ou batido com gel; no máximo um topete;
Meninas - saco de rabicós no carro, na mochila, no bolso para fazer um rabo de cavalo, mas os preferidos são as chucas no coco da cabeça ou duas nas laterais;

Brinquedos

Meninos - brincam de carrinho com os pais, jogam bola e montam umas pistinhas de hot weels;
Meninas - brincam de bonecas...mas tem que dar de comer, colocar para dormir de ladinho e com cobertinhas;

Comportamento

Meninos - em função da similaridade cromossômica (XY), companheirismo desde o berço;
Meninas - mandar e desmandar no meu pai até ele fingir que vai pegar água na cozinha;

Viagens

Meninos - levam 1 carrinho e 1 boneco do Max Steel...máximo 2 de cada!
Meninas - 7 bonecas + fraldinhas das bonecas + carrinho das bonecas + roupinhas das bonecas + mamadeiras das bonecas. Se a polícia rodoviária parar, aplica multa em função de tanta gente sem cinto de segurança na viagem!

Então...não fiz bem em rever meus conceitos sobre educar meninos e meninas?

Que 2018 seja proveitoso a todos nós.

Seguimos juntos!

Um forte abraço.

Roges e família
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